Inserção Social

Por que os estudos em Ecologia e Recursos Naturais são estratégicos para o desenvolvimento de uma nação?

O desenvolvimento das nações depende da integridade dos serviços ecossistêmicos como a disponibilidade de água, a regulação climática e a polinização de culturas, além da integridade de cadeias produtivas que têm em sua base os organismos e os ecossistemas. Podemos aqui citar a pesca, o turismo, o extrativismo vegetal, dentre outras. Consideremos ainda a corrida mundial pela prospecção de organismos e das substâncias que produzem, substâncias essas que têm potencial de uso industrial. A busca por novos fármacos e a necessidade cada vez maior de suprir uma população mundial crescente com compostos proteicos dá ao Brasil um imenso potencial para geração de receita que pode ser oriunda de nossa biodiversidade. Assim, o desenvolvimento de pesquisas e a formação de recursos humanos na área da Ecologia e Recursos Naturais são não somente estratégicos, mas também importantes porque atendem a sociedade no que se refere à identificação e compreensão dos organismos e ecossistemas brasileiros para que vantagens econômicas e sociais possam ser obtidas junto à sua preservação para as gerações futuras.

Foto para o campo Inserção Social.jpegÁgua, um recurso imprescindível

A garantia do volume e da qualidade da água doce é um importante pilar de sustentação de qualquer sociedade, uma vez que este recurso é fundamental para o consumo humano e para as atividades industriais e agropecuárias. Além disso, aproximadamente 75% da matriz energética brasileira depende da água doce. Diversos laboratórios coordenados pelos docentes do PPG-ERN são dedicados à pesquisa dos vários aspectos da limnologia, ou seja, relacionadas aos ecossistemas aquáticos. Dentre as temáticas podemos citar a identificação dos fatores que determinam a quantidade e a qualidade da água doce de mananciais para abastecimento humano; o impacto das ações antrópicas desordenadas sobre a qualidade e quantidade da água; os impactos das diferentes formas de poluição sobre a sobre biodiversidade e sobre a saúde pública; determinação dos níveis aceitáveis de poluentes para os diferentes tipos de uso da água, bem como formas de despoluição, tratamento e recuperação dos ecossistemas aquáticos. Associadas a estas linhas, o programa também tem se dedicado às formas de conservação, uso sustentável e prospecção de recursos pesqueiros, bem como ao entendimento e conservação das cadeias tróficas que sustentam estes recursos. Diante das crises hídricas cada vez mais frequentes, muitas das pesquisas realizadas no Programa têm auxiliado de maneira direta e indireta na resolução de problemas nacionais.

Regulação climática

A crise climática global que se observa atualmente tem potencial para gerar os maiores colapsos sociais e econômicos já registrados pela história da humanidade. O aumento do nível dos oceanos, as mudanças nas correntes marítimas e as alterações do clima não apenas resultarão em grandes impactos na biodiversidade, mas também implicarão em migrações humanas e mudanças geopolíticas sem precedentes. Para reduzir os impactos desse colapso, minimizando as alterações climáticas ou mesmo evitando-a, cientistas e governos do mundo todo têm atuado em duas frentes: i) na redução das emissões dos gases do efeito estufa e ii) na busca por formas de retirada do CO2 da atmosfera. Pesquisadores do PPG-ERN têm tradição em estudos de ciência básica sobre os ciclos biogeoquímicos em ambientes aquáticos e terrestres e de maneira aplicada têm se dedicado à busca de formas de retirada de carbono da atmosfera, principalmente através da absorção de carbono por algas de água doce e plantas macrófitas. Com isto, o PPG-ERN contribui para ampliar as alternativas que possam desacelerar o aquecimento global e suas consequências.

Suporte às legislações e órgãos reguladores

Uma vez que os serviços ecossistêmicos e os recursos naturais são bens comuns dos quais depende toda a sociedade, cabe aos governos e aos órgãos reguladores garantir a preservação e o uso sustentável dos mesmos. Para isto o Brasil possui uma ampla legislação ambiental que em grande parte é fundamentada em dados científicos. Exemplos são as resoluções do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que regulamentam, dentre outras coisas, os níveis de emissões dos diferentes tipos de poluentes que podem causar prejuízos ao meio ambiente, sociedades e governos, bem como as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que determinam os procedimentos para as análises destes parâmetros. Tradicionalmente, as pesquisas realizadas por professores e alunos do PPG-ERN têm gerado resultados para a contínua construção da legislação ambiental brasileira, desse modo dando suporte aos tomadores de decisões no que se refere à saúde dos ecossistemas, gestão de áreas protegidas e consequentemente, à saúde pública. Além disso, diversos projetos se dedicam a contribuir para o cumprimento das metas de conservação de espécies ameaçadas de extinção, protegidas por lei, nas esferas federais e estaduais. Exemplos são as pesquisas voltadas para o entendimento das formas de ameaça, status de conservação e formas de manejo de espécies ameaçadas de extinção.

Extensão Universitária

Além de gerar informações graças aos altos níveis de conhecimento técnico, os docentes do PPG-ERN são atuantes em importantes esferas da sociedade fora dos limites da universidade, como empresas, organizações científicas e órgãos colegiados do poder executivo, destacando-se as participações em:

  • Planos de ação estaduais e nacionais de conservação de espécies ameaçadas de extinção;
  • Projetos de extensão que levam informações cientificas de maneira presencial através de visitas a escolas e também através do uso de mídias sociais;
  • Secretarias de meio Ambiente em nível municipal;
  • Conselho gestor de unidades de conservação;
  • Comissões coordenadoras de sociedades científicas;
  • Corpo editorial de Revistas Científicas;
  • Organização de congressos e simpósios científicos;
  • Projetos com o setor industrial objetivando biofixação de CO2;
  • Representação do Brasil no Water Committee do IANAS (Interamerican Network of Academies of Sciences);
  • Destaca-se também a posição de um de seus docentes como membro titular da Academia Brasileira de Ciências, o Prof. Dr. José Galízia Tundisi.